Trombose
Sabemos que diversas condições podem gerar dores nas pernas, uma delas é a doença arterial periférica (também conhecida como trombose). Apesar de relativamente comum, acaba sendo mal diagnosticada, confundindo-se com condições ortopédicas. Essa semelhança com outras condições, como por exemplo uma dor ciática, torna o diagnóstico um desafio para o profissional que se depara com esse paciente.
O que é trombose?
A trombose é definida como uma obstrução total ou parcial dos vasos responsáveis pelo fornecimento de sangue do coração para a periferia. Tendo como principal causa a arteriosclerose, um enrijecimento de uma artéria causada por uma placa ateromatosa. É mais comum nos membros inferiores, com prevalência de 7% em indivíduos entre 55 e 59 anos, aumentando ao longo do tempo, chegando a 25% em indivíduos entre 95 e 99 anos.
Além da aterosclerose, a diabetes e o tabagismo são importantes fatores de risco para o desenvolvimento da doença. O sintoma mais comum é a dor na perna com três padrões distintos: claudicação, isquêmico e dor atípica. 10 a 35% dos pacientes irão relatar claudicação, podendo ser uni ou bilateral, sendo descritas como fadiga ou dor, cãibras e queimação nos músculos dos membros inferiores.
A localização da dor vai depender do local da oclusão: quando ocorre na aorta, provavelmente irá provocar dor bilateral no glúteo, coxa e panturrilha. Do mesmo modo, a oclusão das artérias ilíacas comum, femoral comum e femoral superficial ocasionará claudicação unilateral em área de glúteo, coxa e panturrilha. A claudicação é induzida pelo exercício e aliviada pelo repouso. No caso de grande oclusão, o paciente pode relatar dor isquêmica contínua e presente mesmo em repouso. Como diagnóstico diferencial a dor isquêmica em repouso é agravada pela elevação do membro acometido, sendo muitas vezes difícil a sua diferenciação com a neuropatia.
A isquemia aguda geralmente se apresenta de forma súbita, com dor e claudicação intermitente, em alguns casos o paciente pode apresentar sintomas atípicos, como um “aperto” na panturrilha ou queimação no quadríceps.
O envelhecimento da população e a alta prevalência de doenças cardiovasculares e arteriais periféricas, onde os sintomas mimetizam outras condições musculoesqueléticas comuns, reforçam o conceito onde os profissionais precisam ser treinados e capacitados para fazer a triagem correta destes pacientes. Desta maneira, realizando o manejo e encaminhamento necessário.