Enxaqueca – causas, sintomas e tratamento
A enxaqueca é um tipo de cefaleia altamente incapacitante, com característica crônica, atingindo cerca de 15% da população mundial. Um estudo publicado na revista científica Lancet, colocou a enxaqueca como a terceira doença que mais causa incapacidade no mundo. Consequentemente, provocando enorme impacto pessoal e sócio-econômico.
As crises podem durar entre 4-72 horas. Com característica unilateral, pulsátil e de intensidade moderada a severa. Costuma agravar com atividades físicas e vem associada a náusea e foto\fonofobia.
Tipos
Enxaqueca com aura
Esse tipo de cefaleia atinge em torno de 10-30% dos pacientes com enxaqueca. Aura é o termo usado para as alterações neurológicas relacionadas a enxaqueca, sendo as mais comuns as alterações visuais. Costuma acontecer de 30 a 60 minutos antes da dor.
Alterações visuais relacionadas:
- Ponto cego no campo visual.
- Pontos colorido.
- Escotomas cintilantes;
- imagens brilhantes em zig e zag.
Muitas vezes sintomas de depressão, irritabilidade e perda de apetite podem preceder a crise.
Enxaqueca sem aura
A mais comum, costuma ser mais incapacitante do que a enxaqueca com aura. Tendo uma grande tendência a piorar com o uso prolongado de medicação. É frequente a associação de sintomas de fadiga, rigidez no pescoço, visão turva, bocejo e etc.
Enxaqueca crônica:
O critério para enxaqueca crônica é uma dor que ocorre por 15 ou mais dias no mês. A causa mais comum é o uso excessivo de medicação. Os sintomas mudam gradualmente com o passar dos anos, tendo uma diminuição dos sintomas característicos da enxaqueca, e se tornando mais parecida com uma enxaqueca tensional.
Tratamento
Os pacientes com enxaqueca enfrentam muita dificuldade em encontrar um tratamento eficiente para a sua dor. Os medicamentos ajudam bastante, porém apresentam muitos efeitos colaterais, inclusive produzindo em alguns casos uma outra doença, a enxaqueca medicamentosa (explicada acima).
Hoje temos evidências que dão suporte a utilização de recursos como acupuntura, manipulação vertebral e exercícios terapêuticos tanto no tratamento como na prevenção.
A relação da dor com tensão muscular, pontos gatilhos, postura prolongada no ambiente de trabalho é evidente. Desta maneira dando suporte para a utilização de recursos físicos conservadores de tratamento.
Referências:
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