Efeito placebo
Qualquer medicamento ou tratamento tem dois componentes, um relacionado com o efeito específico do tratamento em si, e outro relacionado com a percepção do paciente sobre o tratamento, chamado efeito placebo.
Placebo deriva do Latim Placere “agradar”. O estudo do efeito placebo, é a analise da relação entre a complexidade do contexto psicossocial em torno do paciente, que constitui o ritual do ato terapêutico e seus efeitos sobre o cérebro do paciente. Também temos que levar em conta o efeito conhecido como Nocebo, do latim “fazer mal”, que é o resultado de expectativas negativas, em contraste com o efeito placebo, que está relacionado com expectativas positivas.
Existem vários mecanismos psicológicos explicativos, como por exemplo: a salivação ao se avistar a comida, ou a salivação quando condicionado ao toque de um sino. Os aspectos do cenário clínico, como a cor do medicamento, e aspectos do ambiente terapêutico, como a cor branca e o cheiro peculiar do hospital, podem provocar uma resposta terapêutica na ausência de um princípio ativo. Isto ocorre por correlações (lembranças) destes fatores com acontecimentos passados.
Efeito placebo na prática clínica
Na prática clínica podemos usar o efeito placebo de forma indireta. Principalmente na interação profissional-paciente. Falando positivamente sobre o tratamento, dando incentivos, desenvolvendo confiança, e respeitando a sua individualidade.
Devemos evitar o efeito Nocebo, alterando frases negativas para positivas (por exemplo: esse procedimento é para te trazer alívio, ao invés de: esse procedimento é para tratar a sua dor).
Atualmente, existem evidências convincentes de que a secreção de opióides endógenos no cérebro é o evento chave na modulação da dor no efeito placebo.